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SOU UMA PESSOA EXTREMAMENTE CRÍTICA,DETESTO INJUSTIÇA E ADMIRO PESSOAS QUE CORREM EM BUSCA DO CONHECIMENTO.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

SENSO COMUM E BOM SENSO

Chamamos senso comum ao conhecimento adquirido por tradição,herdado dos antepassados e ao qual acrescentamos os resultados da experiência vivida na coletividade a que pertencemos.Trata-se de um conjunto de idéias que nos permite interpretar a realidade,bem como de um corpo de valores que nos ajuda a avaliar,julgar e, portanto,agir.O senso comum,porém,não é refletido e se encontra misturado a crenças e preconceitos.É um conhecimento ingênuo(não-crítico),fragmentário (porque difuso,assistemático e muitas vezes sujeito a incoerências) e conservador (resistente às mudanças).
Com isso não queremos desmerecer a forma de pensar do indivíduo comum,mas apenas enfatizar que o primeiro nível de conhecimento precisa ser superado em direção a uma abordagem crítica e coerente,características que não precisam se restringir necessariamente às formas mais requintadas de conhecer,tais como a ciência ou filosofia.
Em outras palavras,o senso comum precisa ser transformado em bom senso,entendido como elaboração coerente do saber e como explicitação das intenções conscientes dos indivíduos livres.Segundo o filósofo Gramsci,o bom senso é o "núcleo sadio do senso comum".Qualquer pessoa,estimulada no exercício de compreensão e crítica,torna-se capaz de juízos sábios,porque vitais,isto é,orientados para sua humanização.
Geralmente os obstáculos à passagem do senso comum ao bom senso resultam da exclusão do indivíduo das de cisões importantes na comunidade em que vive.Em sociedades não-democráticas,as informações não circulam igualmente em todas as camadas sociais,por isso nem todos tem igual possibilidade de consumir e produzir cultura.No Brasil,por exemplo,muitas crianças em idade escolar estão excluídas da educação ,isso sem falar da pirâmide educacional,dos que não conseguem permanecer na escola no decorrer do processo,fazendo restar uma porcentagem muito pequena de estudantes que atingem os níveis superiores de escolarização.No entanto,não são apenas as pessoas menos instruídas que nem sempre conseguem passar do senso comum para o bom senso.
Funcionários de empresas,empresários,sacerdotes,professores,cientistas,especialistas de qualquer área,podemos estar  restritos a formas fragmentárias do senso comum quando,em determinados setores de sua vida pessoal,encontram-se presos a preconceitos,a concepções rígidas,sucumbindo á ação massificante dos meios de comunicação ou ao peso da tradição.
Outras vezes,renunciamos ao exercício do bom senso quando nos submetemos ao poder dos tecnocratas,seduzidos pelo !saber do especialista".Basta observar a timidez de decisão dos pais que,ao educarem os filhos,delegam poderes a psicólogos,pedagogos,pediatras.Ao dizer isso,não estamos desvalorizando a importante contribuição de cientistas e técnicos,apenas ressaltamos  que o leigo não precisa permanecer passivo diante do saber do técnico,demitindo-se de certas ações quando ele próprio poderia exercê-las.Ele tem o direito,por exemplo,de informar-se ativamente a respeito do tratamento médico a que  se acha submetido e sobre seus efeitos.Em última análise,convém desmistificar a tendência de cultuar as pessoas"estudadas" em detrimento das que são sem "letras" ou simplesmente não-especialistas.
Qualquer indivíduo,se não foi ferido em sua liberdade e dignidade,será capaz de desenvolver a autoconsciência,de elaborar criticamente o próprio pensamento e de analisar a situação em que vive.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. Boa tarde, estou criando um projeto de artigo, cujo assunto é este. saberia me informar referencias bibliografia para o mesmo. grato.

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