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SOU UMA PESSOA EXTREMAMENTE CRÍTICA,DETESTO INJUSTIÇA E ADMIRO PESSOAS QUE CORREM EM BUSCA DO CONHECIMENTO.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Projeto Para Educação Infantil Arte Cultura E Lúdico

Projeto Para Educação Infantil Arte Cultura E Lúdico

                  
JUSTIFICATIVA
Segundo pesquisas bibliográficas e fundamentações teóricas, o ensino da Arte em sala de aula visa desenvolver na criança a observação, a imaginação e a sensibilidade, sendo de muita importância para o aprendizado das demais disciplinas, favorecendo assim o desenvolvimento integral da criança como pessoa. O trabalho com a cultura em sala de aula favorece o desenvolvimento de vínculos com a diversidade, desse modo produzindo uma cultura mais tolerante que valoriza e respeita a diversidade. Concluindo assim que o trabalho com esses temas em sala de aula é de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo, emocional e físico da criança.

                               
OBJETIVOS
Manipular diferentes materiais, explorando suas características e possibilidades.
Aprimorar a coordenação viso-motora.
Iniciação do gosto e respeito pelo processo de produção e criação artística.
Explorar e identificar elementos musicais para se expressar interagir com o outro e ampliar o conhecimento de mundo.
Perceber e apreciar fontes sonoras e produções musicais.
Conhecimento e valorização da diversidade cultural.
Vivenciar histórias através do seu mundo de fantasias, valorizando seu universo imaginário e desenvolvendo recursos interiores. 
Desenvolver o interesse e o prazer em ouvir histórias.
Aquisição de habilidades motoras globais e expressivas, relacionadas a dança.
Apropriação da sua própria corporeidade e conhecimento individual
                                                                      
ESTRATÉGIAS
1ª Etapa

Contação de história, utilizando uma sequência de imagens feita de colagens.
Assunto: Os índios e a colonização.
2ª Etapa

Teatro com fantoches de colheres de pau, utilizando efeitos sonoros.
Assunto: cultura e costumes indígenas. 
3ª Etapa

Confecção de instrumentos musicais, que posteriormente serão utilizados.
Pintura artística com guache em colheres de pau e em cascas de coco. 
4ª Etapa

Confecção artesanal de cocares utilizando cola, papéis, barbante, penas coloridas, e miçangas, onde as crianças poderão livremente enfeitar seus cocares.
5ª Etapa

Roda de música
Cantigas sobre o índio, onde as crianças utilizarão os instrumentos musicais confeccionados para acompanharem as canções.
6ª Etapa

Dança, utilizando uma seleção de CDs com músicas sobre o índio, onde as crianças pintarão o rosto e utilizarão os cocares confeccionados.   
                                         
                               

AVALIAÇÃO
Observar se a criança se interessa e manipula diferentes materiais explorando suas possibilidades.
Observar se a criança apresenta boa motricidade fina ao realizar os trabalhos manuais.
Observar 
se a criança é desinibida e gosta de participar das atividades musicais e se consegue interagir com os outros.
Observar se a criança reconhece e utiliza a música como linguagem expressiva do seu corpo, da sua voz e dos instrumentos, e também se sabe escutar e respeitar o outro na proposta. 
Observar se a criança durante a dança interage e tem consciência corporal, de modo que consiga expressar-se.
Observar se a criança tem desenvoltura para acompanhar o ritmo da dança.
Observar se a criança na hora da história demonstra interesse estando disposta a ouvir e participar.
Observar se a criança tem consciência e valoriza a diversidade.

                              
PRODUTO FINAL:
Criar  ou reproduzir  elementos da arte brasileira ou estrangeira que tenha um significado e que constitua um valor para o aluno.

Orientação para Professores em Projetos na Educação Infantil

Orientação para Professores em Projetos na Educação Infantil
                               

Justificativa:Para que sejam realizados projetos educativos nas escolas, precisamos estabelecer um diálogo constante, entre professores, coordenadores e diretores, para que dessa forma, possamos estimular os cada vez mais os educandos a serem ainda mais comprometidos, capazes de desenvolver situações específicas aos cuidados com cada faixa etária, pois é sabido, que para desenvolver um projeto, é essencial a participação ativa das crianças, sendo um educador compreensivo, equilibrado, que os valorize, capaz de ouvi-los e tratá-los de forma individual, transmitindo assim segurança e confiança, deixando os alunos, dessa forma, expressar seus sentimentos, suas ideias, estabelecendo assim vínculos afetivos, aguçando suas curiosidades, ou seja, se colocando próximo a eles, sem ter uma atitude como daquele professor que se apega a uma posição superior, mas que acredita sobre tudo nas suas capacidades, tendo assim empatia e respeito pelos os mesmos, estimulando cada vez mais o desejo de aprender de uma forma alegre, espontânea e acima de tudo significativa, contribuindo dessa forma para a formação de cidadãos mais críticos, autônomos, responsáveis e participativos da sociedade.O papel básico do Orientador educacional será o de auxiliar o educando a tornar-se consciente, autônomo e atuante nessa tarefa, auxiliando também o aluno, na identificação de seu processo de consciência, dos fatores sócio-econômico politico-ideológico que o permeiam e dos mecanismos que lhe possibilitem superar a alienação decorrente desses processos, tornando-se assim, um homem-coletivo: responsável e transformador. (Placco, 1998, p.115).

                       
Situação Problema:

Reconhecer as possibilidades de interação, troca, aprendizagem que este momento oferece, conquistando autonomia de cada professor para fazer suas escolhas, estimulando-os dessa forma a serem profissionais polivalentes, tendo a percepção que cada grupo e que cada indivíduo é único, ou seja, cada um tem a sua própria história, os seus interesses e necessidades específicas, respeitando assim as diferenças, estando sempre atentos as preferências, tais como, conversas, interesses por historias, contos de fadas, músicas, animais, entre outros, para que dessa forma possam cada vez mais ter a oportunidade fazer um trabalho em equipe.

                              
O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Este caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele também, um aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a observação, o registro, o planejamento e a avaliação. (RCN, 1998)
                                   

Publico Alvo:
Professores da Educação Infantil
                            

Objetivos:

-Estimular o Professor a fazer planejamentos e desenvolver projetos em sala de aula;
-Dar condições aos Professores para que desenvolva um trabalho, que estimule o desenvolvimento das crianças, em seus aspectos físicos, afetivos e cognitivos, sabendo assim que nesta faixa etária todos os desenvolvimentos acontecem na mesma hora;
-Motivar os Educadores a propiciar atividades de aprendizagem que estimulem a participação das crianças em brincadeiras, para que elas possam fazer o uso de varias linguagens, expressando assim suas ideias, emoções e sentimentos;
-Auxiliar os Professores para que tenha ações de forma consciente, tendo a pesquisa como um alvo, para assim, ampliar as suas possibilidades de trabalho;
-Orientar os Professores a organizar seu planejamento de uma forma que aproveite as possibilidades de cada conteúdo, não restringindo o trabalho há um único eixo, mas explorando e fragmentando conhecimento.

Embasamento Teórico:

“Sob nosso ponto de vista, o trabalho em projetos visa a ajudar crianças pequenas a extrair um sentido mais profundo e completo de eventos e fenômenos de seu próprio ambiente e de experiências que mereçam sua atenção. Os projetos oferecem a parte do currículo na qual as crianças são encorajadas a tomarem suas próprias decisões e a fazerem suas próprias escolhas, geralmente em cooperação com seus colegas, sobre o trabalho a ser realizado (EDWARDS, 1999, p. 38).
                         
                     
Percurso Metodológico:

Estimular o Professor a trabalhar em seus projetos todas as áreas de conhecimento.
Sendo elas:
Movimento
O trabalho com movimento auxilia no ato motor da criança, propiciando um desenvolvimento em aspectos específicos da motricidade das mesmas, lembrando sempre aos professores que o espaço em que estará com os alunos para realizar atividades, deve propiciar a exploração de seu corpo e de seus movimentos, tais como, brincadeiras com jogos corporais;
Pode-se dizer que no início do desenvolvimento predomina a dimensão subjetiva da motricidade, que encontra sua eficácia e sentido principalmente na interação com o meio social, junto às pessoas com quem a criança interage diretamente. É somente aos poucos que se desenvolve a dimensão objetiva do movimento, que corresponde às competências instrumentais para agir sobre o espaço e meio físico. (RCN, 1998)
                       

Música
Estimular o Professor a trabalhar a música com os alunos em situações lúdicas, fazendo parte do das atividades. Pois quando o professor está atento as necessidades da criança, cantando e brincando com elas, as mesmas adquirem a capacidade de atenção. Pois, podem aprender com facilidade através de músicas.

A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. (RCN, 1998)

Artes Visuais
Ajudar o professor a enriquecer as crianças com atividades de artes.   Sendo assim, estimular o uso de variadas tintas, elementos da natureza, colagens, confecção de sucatas, desenhos, entre outros.

As crianças têm suas próprias impressões, idéias e interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico. Tais construções são elaboradas a partir de suas experiências ao longo da vida, que envolvem a relação com a produção de arte, com o mundo dos objetos e com seu próprio fazer. As crianças exploram, sentem, agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências. A partir daí constroem significações sobre como se faz, o que é, para que serve e sobre outros conhecimentos a respeito da arte. (RCN, 1998)

Linguagem Oral e Escrita

Estimular o Professor a usar variadas circunstancias nas quais as crianças possam perceber a função social da oralidade e da escrita por meio de manuseio de livros, revistas, gibis, com rodas de conversas, rodas de musica, brincadeiras com parlendas, entre outras.

O trabalho com a linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento. (RCN, 1998)
                                  

Natureza e sociedade


Mostrar a importância aos Educadores da observação e exploração da natureza, para que assim possam se sentir integrante de um grupo inserido em um ambiente não deixando nunca de respeitá-lo.

Desde muito pequenas, pela interação com o meio natural e social no qual vivem, as crianças aprendem sobre o mundo, fazendo perguntas e procurando respostas às suas indagações e questões. Como integrantes de grupos socioculturais singulares, vivenciam experiências e interagem num contexto de conceitos,valores, idéias, objetos e representações sobre os mais diversos temas a que têm acesso na vida cotidiana, construindo um conjunto de conhecimentos sobre o mundo que as cerca. (RCN, 1998)
                                     
Matemática
                                 

O trabalho com este eixo pode contribuir para a formação de cidadãos autônomos, capazes de pensar por conta própria, pois é de extrema importância que a criança consiga resolver seus problemas cotidianos, dessa forma, precisamos estimular o Educador, a trabalhar a construção de conceitos matemáticos.

O trabalho com noções matemáticas na educação infantil atende, por um lado, às necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos que nos incidam mais variados domínios do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades.       (RCN, 1998)

Recursos

Deixar a disposição depósitos de material e sucatas, para que os professores possam desenvolver melhor o seu projeto.



Cronograma de Atividades

Estabelecer um Projeto Político Pedagógico envolvendo todas as salas de aulas. Estimulando assim:
• Atividades de artes plásticas,
• Vídeos educativos,
• Leitura de livros literários,
• Aulas de culinária,
• Horta: plantio e germinação,
- Fotos e filmagem,                                                                                                             - Registros semanais,                                                                                                           - Pesquisas
Avaliação

Através da observação no decorrer das propostas aplicadas, é fundamental avaliar as situações de aprendizagem oferecidas aos professores, quanto ao envolvimento do grupo, estratégias criadas para solucionar situações problemas, durante as rodas de conversa, de forma individual e por meio de Reuniões Pedagógicas. 
Registros de atividades aplicadas, utilizando fichas de anotações, filmagens e fotografia, para sempre melhorar o trabalho com projetos, deixando a disposição depósitos de materiais e sucatas, para que os professores possam desenvolver melhor as suas atividades.

A organização de situações de aprendizagens orientadas ou que dependem de uma intervenção direta do professor permite que as crianças trabalhem com diversos conhecimentos. Estas aprendizagens devem estar baseadas não apenas nas propostas dos professores, mas, essencialmente, na escuta das crianças e na compreensão do papel que   desempenham a experimentação e o erro na construção do conhecimento”.   Referencial Curricular Nacional (p. 25)
                               

Referências Biográficas

PLACCO, V. M. N. S. Formação e prática do educador e do orientador: confrontos e questionamentos. 2. ed. Campinas: Papirus, 1998.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998                                                                                                                           EDWARDS, C; GANDINI, L.; FORMAN, G. E. As Cem Linguagens da Criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 1999.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A ORALIDADE EM QUESTÃO:

A LITERATURA DE CORDEL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

"a linguagem poética está presente na literatura popular,nos versos,nos cordeis e nas letras das canções;é bastante familiar aos alunos,oferecendo uma boa ponte entre a cultura oral e a escrita".
                        ( Proposta curricular - 1º. Seguimento - EJA,pg.78)

          É constante a solicitação dos educadores de  Educação de Jovens e Adultos(EJA) dos Conselhos Comunitários atendidos pelo Instituto Brasileiro de Apoio Comunitário(IBEAC)para que os cursos de formação desse segmento ampliem as discussões na área de Língua Portuguesa.
          Considerando tais demandas,a nossa equipe EJA/IBEAC priorizou a elaboração de uma proposta de trabalho para o ano de 2007 que pudesse atender à solicitação e que contemplasse a valorização da oralidade dos alunos de EJA.
        Em 2006, no Conselho de Cotia,aconteceu uma primeira proposta de trabalho utilizando literatura de cordel,mas tal indicação ocorreu apenas nos dois últimos encontros de formação.De posse da produção realizada com o grupo citado foi possível reestruturar um curso que contemplasse a demanda para 2007 em três grupos( Campo LImpo,Taboão da Serra e Zona Norte)representados aqui em dois Conselhos Comunitários:Campo Limpo e Zona Norte.

         A proposta a´presentada teve o intuito de possibilitar aos educadores pedagógicos,a elaboração de Planos Didáticos que aboradassem às diversas áreas do conhecimento tendo como enfoque práticas de leitura e escrita para alunos em processo de Alfabetização inicial e alunos ja Alfabetizados.Diante da apresentação da Proposta de trabalho em nossa primeira formação coube aos Conselhos envolvidos planejar um trabalho embasado na Proposta Curricular do 1º. Segmento para Eja (1997).Tal proposta inicial resultaria em orientações para a produção de textos e construção de princípios que devem reger o planejmento diário do processo de alfabetização.
          É importante destacar que intervenções foram realizadas em cada um dos temas abordados o que possibilitou a troca de experiências entre os educadores e suas práticas diversificadas.

PRÁTICAS DESFIADORAS: CONSTRUINDO SIGNIFICADOS
  
           A comunicação oral é uma experiência

sexta-feira, 26 de abril de 2013

COMO CRIAR PERSONAGENS?

                   COMO CRIAR PERSONAGENS?

                                          

Para o desenvolvimento de uma
competência narrativa,é preciso
desde cedo estimular os alunos
a observar a caracterização dos
personagens,a ver como eles são
construídos,como agem,como teriam
agido se não fossem como são.

                Quando as crianças chegam ao momento de escolaridade em que,já alfabetizadas e com conhecimentos suficientes sobre a linguagem escrita,podem escrever suas próprias histórias,as situações que envolvem a criação de textos narrativos se multiplicam.Se o professor deseja que os alunos escrevam histórias originais,deve lembrar que um dos problemas que eles enfrentarão será decidir que personagens vão viver as tramas imaginadas. É importante  também levar em conta que essa escolha será determinada pelo enredo que for criado por eles.
               A tarefa não é simples.O êxito depende da quantidade e da qualidade das informações e dos conhecimentos que cada aluno possui sobre o que caracteriza uma história bem contada,que personagens se ajustam a determinado tipo de narrativa,por que são adequados ou não e,ainda,de que forma se pode introduzir-los, caracterizá-los,etc.O conhecimento necessário para o desenvolvimento dessa competência narrativa não é espontâneo:começa muito cedo,quando,ainda pequenas,as crianças ouvem as primeiras histórias em casa,lidas ou contadas por pessoas da família.
             Nas classes de Educação infantil,entre 3 e 6 anos, os professores costumam ler histórias para eles diariamente.As histórias lidas ou contadas podem ser selecionadas com o objetivo de compor um universo de personagens que os alunos sejam capazes de conhecer,comparar,transformar,reconstruir.
            Com crianças de 3 e 4 anos podemos conversar,por exemplo,sobre as bruxas que aparecem em diferentes histórias,ou sobre as armas e os poderes de  diferentes heróis.
             A partir de 5 e 6 anos,o professor pode criar situações em que sejam  levados a identificar uma história conhecida,porém contada por um personagem e não pelo narrador,ou na qual o foco da narrativa seja colocado em um personagem secundário.No livro Que história é essa? Flávio de Souza utiliza esse recurso para recontar histórias conhecidas,como "A roupa nova do rei".

  É importante não  desvincular esses              
                                             desafios  do prazer que  o   contato 
                                             com os textos provoca,isto é, o pro-
                                             fessor não deve "dar   aulas    sobre 
                                             personagens"mas  falar  sobre   eles
                                             sempre estabelecendo relações com
                                             as narrativas lidas.

               Quando os alunos chegam às primeiras séries do ensino fundamental e já sabem escrever de modo convencional,as possibilidades de trabalho se ampliam.A criação de galeria de personagens mostra-se uma estratégia fecunda.
                Histórias tradicionais na literatura infanto-juvenil como as reunidas no livro de histórias ou nos Contos de Grimm apresentam uma coleção de personagens de valor inestimável para a formação literária dos alunos em diferentes idades.Por isso,podem e devem ser lidas em diferentes estágios da escolaridade.    
               A literatura dos livros da coleçãos Quase      Tudo o Que                                              Tudo o Que Você Queria Saber também pode contribuir para a criação de sequências didáticas que orientem,durante alguns dias,atividades que os alunos possam desenvolver,tais como: 

  • Levantamento das histórias e personagens preferidos pela classe.
  • Seleção de outras histórias que contenham   personagens semelhantes.  
  • Comparação e caracterização dessas histórias para o estabelecimento de uma tipologia.Comparar personagens relacionados à vida escolar,como os que aparecem em A professora de desenho e Estátua!pode ser divertido e proporcionar boas condições para esse exercício.
  • Escolha(individual ou em duplas)de um dos personagens estudados.         

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A REINVENÇÃO DAS HISTÓRIAS

              


Não  há histórias que só possa ser contada
de uma única maneira.Mas,então,
se de algum modo ela é alterada,
continua a ser a mesma história?
Reinventar histórias conhecidas aguça
a percepção de que o mundo é feito de múltiplos pontos de vista.

                                    
Quanto mais antiga a história,maior o número de versões que ela
provavelmente terá.Pois,afinal,sabemos muito bem que"quem conta um conto aumenta um ponto".Os contos dos irmãos Grimn e de Andersen,por exemplo,são fruto de uma longa pesquisa de histórias
populares,de narrativas da tradição oral que foram sofrendo alterações no decorrer do tempo.Hoje encontramos incontáveis versões para os contos mais consagrados que eles recolheram e compilaram.Esse é um tema interessante para discutir coma s crianças na escola.
              Alguns livros,no entanto,se propõem  algo mais inovador em relação à diversidade dos modos de contar:pretendem transgredir histórias muito conhecidas,operar recriações.É,por exemplo,o que Flávio de souza faz em sua obra Que  é essa?,na qual conta histórias bem conhecidas,porém adotando o ponto de vista de personagens seundários que,muitas vezes,tem pouca participação no enredo da Versão original.Outro livro em que ocorre algo semelhante é A verdadeira história dos Três Porquinhos,de Jon Scieszka: nele o Lobo Mau narra a sua versão dos fatos,provocando,com isso,certa dúvida no leitor quanto à veracidade do que foi relatado em uma ou outra versão desse clássico da literatura infantil.
             Discutir com as crianças essas estratégias de criação amplia bastante seu modo de olhar para as histórias e pode apontar novos caminhos de produção escrita.

             Nas classes de educação infantil é aconselhável apresentar e ler,ao longo de uma semana,várias versões de uma mesma história e em seguida perguntar ás crianças sobre as diferenças e semelhanças percebidas entre elas.Depois pode-se sugerir que elas criem oralmente finais doferentes para os contos,produzindo versões do grupo.Pode-se também propor que alterem as aventuras vividas pelos personangens ou que incluam alguns novos,de tal forma que estes tomem parte nas ações relatadas.
            Com os alunos maiores,nas classes iniciais do ensino fundamental,é possível ampliar consideravelmente o trabalho.O professor pode sugerir a leitura de textos escritos do ponto de vista de outros personagens(como acorre nos dois títulos mencionados) e discutir coisas muito interessantes.Pode,pouco a pouco,auxiliar seus alunos a considerarem pontos de vista diferentes:Será que existe sempre o bonzinho e o malvado?Cada personagem não terá tido suas razões para agir como agiu?Afinal de contas,o lobo precisa se alimentar de algo,é um animal carnívoro....Esse trabalho pode ajudar inclusive a discutir questões de ética,matéria essencial na educação das crianças.
          Outras propostas de trabalho podem sugerir novas transgressões,Para isso,será necessário que o professor apóie a criação das diferenças versões,fazendo perguntas como esta:Agora quem quer ser a vovó da chapeuzinho e contar a história do jeito dela?O adulto deverá também dar sugestões que encorajem os alunos a acresxentar fatos e informações novas à narrativa conhecida:por exemplo:O que será que os caçadores estavam fazendo antes de entrar na história?
         Outros exemplos:

  • Alterar as características dos personagens e imaginar as implicaçoes disso:como seria a história de Cinderela se ela fosse uma moça muito chata?
  • Introduzir modificações no enredo da narrativa original e,a partir disso,criar uma nova continuidade para ela:se João e Maria nunca tivessem encontrado uma casa feita de doces.
  • Acrescentar encontros de personagens de outros contos ou personalidades da atualidade em um conto consagrado: imaginar que Fera foi ao baile da Cinderela.Como a História ficaria?
  • Registrar encontros de persongens de dois ou mais contos distintos no decorrer de suas histórias:em que momento a Polegarzinha e o Valente Soldadinho de Chumbo poderiam se encontrar?Como seria esse encontro?O que eles diriam um ao outro?
       É importante ter em mente que as crianças só poderão fazer as transgressões sugeridas e outras que poderão sr imaginadas se puderem ler e ouvir muitas histórias.Para que se sintam autorizadas e encorajadas a recriar narrativas consagradas,é preciso que tenham uma "biblioteca mental",um bom estoque narrativo na cabeça.

Com as crianças maioes,da 5ª à 8ª série,a discussão pode ser mais aprofundada e as transgressões propostas  elas ainda mais elaboradas do que as anteriores.É possível,nessa faixa étaria,sugerir
que escrevam uma outra história,mas com os mesmos personagens vivendo situações semelhantes.Ou seja,a função deles dentro da trama não poderia ser modificada,apenas o contexto em que se pode pedir que escrevam diálogos entre personagens de uma mesma história,utilizando argumentos eficientes e eventualmente sugerindo,por meio do desfecho pensado para a conversação,novos rumos para o enredo das histórias conhecidas.Outra proposta é a reescrita de histórias conhecidas num contexto histórico  e social diferente do usual,enforcando,por exemplo,problemas das grandes cidades brasileiras:Como se poderia reescrever a história de Pinóquio falando de sequestro ou roubo de crianças?Que história poderia ser recontada enfocando a aids,as drogas ou a porstituiçao?
        Além disso,os estudantes mais velhospodem receber informações sobre o contexto social em que várias versões de uma mesma história foram criadas,a fim de que compreendam algumas das diferenças entre elas.
  

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

DE ONDE VEM AS HISTÓRIAS?

                                               
           

                              DE ONDE VEM AS HISTÓRIAS?

Uma das fontes mais ricas da
literatura é a experiência individual
e o modo como ela se integra à
memória das pessoas.Também na escola
o ato de lembrar pode ser ponte sólida para o ato de escrever.


                              
A criação literária bebe na fonte das lembranças reexperiências
pessoais.As passagens pitorescas,as pessoas,as recordações e saudades de um tempo,de um lugar,de alguém podem se tornar 
história,romance,conto,poema,prosa,verso.A história da literatura
é plena de exemplos que confirmam essa ideia.
                Quando os alunos produzem textos narrativos,raramente expressam suas lembranças e ideias pessoais;na maior das vezes
reproduzem histórias que conhecem,na íntegra ou aproveitando alguns elementos como ambientes,personagens ou ações que estes realizam.
                Embora saibamos que o uso desse recurso constitui uma boa estratégia para que os estudantes aprendam a criar suas próprias histórias,a proposta aqui é evidenciar,para esses escritores pouco experientes,que suas memórias também podem render uma
boa história.Essa característica da produção literária precisa ser
conhecida,apreciada e experimentada pelos alunos.Com isso,talvez seja possível demonstrar a crença,bastante difundida entre adultos e crianças,segundo a qual só é possível compor textos quando existe inspiração.
               Então,é fundamental ler histórias em que o autor se explicita como escritor de memórias e de lembranças.
               No livro histórias de índio há um toque de emoção em cada texto do autor,desde o conto inicial,em que ele se revisita o seu povo,até a breve autobiografia,escrita em tom bastante envolvente.Daniel Munduruku também faz uso de crônicas que relatam o espanto,o encanto,o medo,a ignorância das pessoas diante de um índio.
              Já no livro As memórias de Morgana,diferente do anterior porque fictício,podemos acompanhar as notícias que a personagem central envia a suas primas durante a viagem de 3 mil anos que realiza pelo mundo.É interessante notar que,ao recapitular a história da humanidade,a narradora - que também escreve em forma de diário passagens significativas ou pitorescas de sua vida - inventa divertidos motivos que teriam ocasionado grandes momentos.É o que ocorre por exemplo,quando ela convida Leonardo da Vinci a dar uma volta na sua vassoura e ele resolve,em retribuição,pintar o retrato dela,numa clara brincadeira com a famosa obra Monalisa.
             Paralelamente à leitura,os alunos podem ser convidados a escrever suas próprias lembranças.Situações desse tipo favorecem o aprendizado de que a língua escrita registra a memória,seja de um minuto,seja de um século.
            Nas classes de Educação infantil,quando ficção e realidade se misturam todo o tempo,o professor deve localizar qual é o lugar do autor no texto lido para a turma,esclarecendo sobre o que ele escreve,de onde veio a ideia para aquele  texto etc.

            Entre 3 e 4 anos,quando o nome próprio frequenta as salas de aula como elemento de base para o processo de alfabetização,esse texto - o nome próprio pode receber tratamento literário.O professor pode fazer entre os pais uma pesquisa sobre a forma como escolheram os nomes de seus filhos e pedir que escrevam  essas históriad,que depois serão lidas em classe.Os textos dos pais podem vir a compor o Livro das Histórias dos Nomes dos Alunos  da turma.
           Já aos 5 e 6 anos,quando muitos alunos ainda não escrevem convencionalmente,o professor pode propor a criação oral,coletiva,de uma história que envolva um evento ligado ao dia-a dia da escola,como uma festa junina ,uma excursão ou um evento esportivo.A proposta pode envolver a criação de uma aventura vivida por um personagem imaginário que tivesse tomado parte em qualquer um desses acontecimentos.Essa história,registrada pelo professor enquanto é produzida(inventada,revisada e concluída),deve ter o realismo como exigência para sua criação,ou seja,deve ser baseada em experiências dos alunos que estiveram efetivamente presentes.Depois de pronta,ela pode ser ilustrada e lida para outras classes.
         Livros como Histórias de avô e avó,em que o autor narra memórias de sua convivência com os avós,são um exemplo de textos de base realista que divertem e emocionam.Nas primeiras séries do ensino fundamental,pode-se elaborar um "Diário da Classe",ou seja,um caderno coletivo com as histórias do grupo.Para isso,é necessário combinar com a turma qual o teor dos textos que irão fazer parte do caderno,se a produção será individual,em que duplas etc.,como o diário será ilustrado e outros aspectos que a produção coletiva envolver.O livro O diário de Zlata pode fazer parte de atividades de leitura compartilhada(todas as crianças da classe acompanham em seu exemplar do livro a leitura realizada pelo professor)e,assim,contribuir para o desenvolvimento do projeto de escritura desse "Diário da Classe".
        Para as classes da 5ª à 8ª série pode ser proposta a produção de um texto com a intensão de narrar a diferentes interlocutores um fato real e pessoal - por exemplo,contar como é a paquera na escola para os pais,para o melhor amigo,para um professor,para o espelho.Nessa situação,os alunos são convidados a escrever sobre as mesmas lembranças,mas com intenções de revelar diferentes detalhes em cada um dos textos,de forma semelhante ao que acontece em Domingão Jóia.