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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

DE ONDE VEM AS HISTÓRIAS?

                                               
           

                              DE ONDE VEM AS HISTÓRIAS?

Uma das fontes mais ricas da
literatura é a experiência individual
e o modo como ela se integra à
memória das pessoas.Também na escola
o ato de lembrar pode ser ponte sólida para o ato de escrever.


                              
A criação literária bebe na fonte das lembranças reexperiências
pessoais.As passagens pitorescas,as pessoas,as recordações e saudades de um tempo,de um lugar,de alguém podem se tornar 
história,romance,conto,poema,prosa,verso.A história da literatura
é plena de exemplos que confirmam essa ideia.
                Quando os alunos produzem textos narrativos,raramente expressam suas lembranças e ideias pessoais;na maior das vezes
reproduzem histórias que conhecem,na íntegra ou aproveitando alguns elementos como ambientes,personagens ou ações que estes realizam.
                Embora saibamos que o uso desse recurso constitui uma boa estratégia para que os estudantes aprendam a criar suas próprias histórias,a proposta aqui é evidenciar,para esses escritores pouco experientes,que suas memórias também podem render uma
boa história.Essa característica da produção literária precisa ser
conhecida,apreciada e experimentada pelos alunos.Com isso,talvez seja possível demonstrar a crença,bastante difundida entre adultos e crianças,segundo a qual só é possível compor textos quando existe inspiração.
               Então,é fundamental ler histórias em que o autor se explicita como escritor de memórias e de lembranças.
               No livro histórias de índio há um toque de emoção em cada texto do autor,desde o conto inicial,em que ele se revisita o seu povo,até a breve autobiografia,escrita em tom bastante envolvente.Daniel Munduruku também faz uso de crônicas que relatam o espanto,o encanto,o medo,a ignorância das pessoas diante de um índio.
              Já no livro As memórias de Morgana,diferente do anterior porque fictício,podemos acompanhar as notícias que a personagem central envia a suas primas durante a viagem de 3 mil anos que realiza pelo mundo.É interessante notar que,ao recapitular a história da humanidade,a narradora - que também escreve em forma de diário passagens significativas ou pitorescas de sua vida - inventa divertidos motivos que teriam ocasionado grandes momentos.É o que ocorre por exemplo,quando ela convida Leonardo da Vinci a dar uma volta na sua vassoura e ele resolve,em retribuição,pintar o retrato dela,numa clara brincadeira com a famosa obra Monalisa.
             Paralelamente à leitura,os alunos podem ser convidados a escrever suas próprias lembranças.Situações desse tipo favorecem o aprendizado de que a língua escrita registra a memória,seja de um minuto,seja de um século.
            Nas classes de Educação infantil,quando ficção e realidade se misturam todo o tempo,o professor deve localizar qual é o lugar do autor no texto lido para a turma,esclarecendo sobre o que ele escreve,de onde veio a ideia para aquele  texto etc.

            Entre 3 e 4 anos,quando o nome próprio frequenta as salas de aula como elemento de base para o processo de alfabetização,esse texto - o nome próprio pode receber tratamento literário.O professor pode fazer entre os pais uma pesquisa sobre a forma como escolheram os nomes de seus filhos e pedir que escrevam  essas históriad,que depois serão lidas em classe.Os textos dos pais podem vir a compor o Livro das Histórias dos Nomes dos Alunos  da turma.
           Já aos 5 e 6 anos,quando muitos alunos ainda não escrevem convencionalmente,o professor pode propor a criação oral,coletiva,de uma história que envolva um evento ligado ao dia-a dia da escola,como uma festa junina ,uma excursão ou um evento esportivo.A proposta pode envolver a criação de uma aventura vivida por um personagem imaginário que tivesse tomado parte em qualquer um desses acontecimentos.Essa história,registrada pelo professor enquanto é produzida(inventada,revisada e concluída),deve ter o realismo como exigência para sua criação,ou seja,deve ser baseada em experiências dos alunos que estiveram efetivamente presentes.Depois de pronta,ela pode ser ilustrada e lida para outras classes.
         Livros como Histórias de avô e avó,em que o autor narra memórias de sua convivência com os avós,são um exemplo de textos de base realista que divertem e emocionam.Nas primeiras séries do ensino fundamental,pode-se elaborar um "Diário da Classe",ou seja,um caderno coletivo com as histórias do grupo.Para isso,é necessário combinar com a turma qual o teor dos textos que irão fazer parte do caderno,se a produção será individual,em que duplas etc.,como o diário será ilustrado e outros aspectos que a produção coletiva envolver.O livro O diário de Zlata pode fazer parte de atividades de leitura compartilhada(todas as crianças da classe acompanham em seu exemplar do livro a leitura realizada pelo professor)e,assim,contribuir para o desenvolvimento do projeto de escritura desse "Diário da Classe".
        Para as classes da 5ª à 8ª série pode ser proposta a produção de um texto com a intensão de narrar a diferentes interlocutores um fato real e pessoal - por exemplo,contar como é a paquera na escola para os pais,para o melhor amigo,para um professor,para o espelho.Nessa situação,os alunos são convidados a escrever sobre as mesmas lembranças,mas com intenções de revelar diferentes detalhes em cada um dos textos,de forma semelhante ao que acontece em Domingão Jóia.
         

                                       

                        

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